domingo, 9 de dezembro de 2012

Feliz Natal!... Cuma? Mas já?

Ok, não é propriamente do Natal que estou falando. A tradição de fim de ano aqui na Holanda é um pouco diferente daquela que estamos acostumados no Brasil.

Aqui o Papai Noel (ou Santa Claus) começou a ganhar espaço apenas nos últimos anos e principalmente pela influência norte-americana e seu consumismo exacerbado (vamos combinar, Papai Noel pode ser um bom velhinho, mas ele serve para vender coisas. A propósito, você sabia que o modo como o conhecemos hoje é fruto do marketing da Coca-Cola?)

Pois bem, a figura holandesa é chamada de Sinterklaas e sua figura é um pouco mais antiga. Vestido com uma roupa de santo vermelha, sempre com um cajado, um velhinho magro e de longa barba branca... Ok, Papai Noel e Sinterklaas poderiam ser irmãos!

Ho! Ho! H... Ops, fala errada

Só que o velhinho daqui não é tão bom assim. Conta a história que Sinterklaas vem a cavalo da Espanha (no original era da Turquia, mas como explicar para as crianças onde fica a Turquia?), chegando aqui na Holanda ele pega seu barco e vem entregar os presentes às crianças. Só que se você não foi uma boa criança no último ano, Sinterklaas vai te colocar no saco de presentes e te levar embora pra Espanha. Quer desculpa melhor pra fazer as crianças se comportarem? (Alguém aí lembrou do Velho do Saco? Eu morria de medo desse cara malvado...)

Além disso, Sinterklaas tem um grupo de ajudantes em sua missão, os Zwarte Pieten. O Zwarte Piet é assim...

Zwarte Pieten e o livro com o nome de todas as crianças (e tudo o que elas fizeram no último ano!)

Claro que nos últimos anos começou uma discussão sobre o preconceito: por que o ajudante tem de ser negro? Mas a versão atual é que eles não são escravos, mas acabaram ficando negros por que entram nas casas pelas chaminés para deixar os presentes para as crianças, aí ficaram sujos com a fuligem. Well played, well played Dutch parents...

É em 5 de dezembro que o Sinterklaas e os Zwarte Pieten passam entregando seus presentes para as crianças. Eles sempre chegam sem ser vistos e por vezes também entregam Pepernoten, um biscoitinho especial pra essa época. O Sinterklaas vai gostar ainda mais de você se encontrar um pratinho com cenouras para o cavalo dele (ok, agora já tá virando Páscoa!).

Pepernoten: yummy, yummy!

Outro costume (e dessa vez não só para crianças) é  presentear colegas e amigos com uma letra de chocolate. Eu ganhei duas letras, nenhuma com minha inicial, mas na hora que estou comendo isso não importa mesmo:


S de Sinterklaas


No fim, 5 de dezembro é uma data pra se estar com a família, ver os filhos brincando e pulando, rever os parentes que estavam longe e terminar a noite com uma janta especial... E claro, ganhar presentes! 

domingo, 25 de novembro de 2012

Os símbolos holandeses

Uma das formas mais eficientes de unir culturalmente um povo é pela criação de símbolos. Podem ser eles músicas, monumentos, lugares; os símbolos e costumes criam uma identidade pela qual as pessoas se sentem  interligadas.
Os holandeses, na eterna habilidade em fazer negócio, conseguiram criar uma gama de símbolos que definiu o país de uma forma marcante. Não há dúvida, é só ver um desses símbolos e você já sabe que estamos falando da Holanda. Dúvida? Quantos desses você conhecia?

  • A vaca holandesa

  • O tamanco de madeira

  • O queijo

  • A tulipa

  • O moinho

  • A terra baixa e plana

  • O dique

  • A bicicleta e o canal

  • IAmsterdam


E só mostrei os símbolos físicos, mas não podemos esquecer da simpatia holandesa, de como este povo é econômico, da Laranja Mecânica, da maconha e prostituição e outras tantas manias que só fazem sentido morando neste país!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A lógica holandesa

A lógica holandesa diz que...

  • Você só pode empacotar suas compras no supermercado depois do pagamento. Mesmo que aquelas sejam suas compras do mês inteiro e, portanto, as pessoas da fila vão ter de esperar você empacotar tudo. Experimente começar antes e sinta o olhar ameaçador do(a) atendente.
  • As ruas jamais devem ser em linha reta. Melhor mesmo são ruas em círculos concêntricos ou sem lógica nenhuma.

No lugar onde até GPS se perde... (Fonte: só pode ser Google Maps)

  • Você não é feito de açúcar, então nada de ter medo de vento e chuva (por isso os homens usam quilos de gel na cabeça, assim não há clima que desarrume o cabelo!). Todos também continuam a andar em suas bicicletas, talvez só ouvindo alguns xingamentos pelo mal tempo.
  • Criança fica no carrinho até uns 4 anos de idade (essa eu ainda não entendi, mas é bem comum).
  • Não ouse chegar na minha casa na hora do jantar sem um convite. Você vai ficar esperando lá fora.
  • Crianças aprendem a andar de bicicleta antes mesmo de saber a andar direito. E aos 12 há um exame para comprovar que conseguem se manter nas duas rodas.
  • Os números devem ser falados ao contrário. Assim 36 é, na verdade, "seis trinta". 
  • As hora também são invertidas: 18h30 é "metade pra sete".
  • Se você for um estrangeiro e escrever um livro zoando com o país, prepare-se para ser um best-seller.


  • Qualquer distância acima de 20 min de carro é longe. Mais de 1 h já é muito longe.
  • Respeito e educação se aprendem em casa. Gentileza gera gentileza. Trate bem a todos (principalmente os estrangeiros intercambistas!).

sábado, 10 de novembro de 2012

A descoberta do Velho Mundo: Amsterdam

Se você ainda não viu, essa história começa aqui!

Levantamos cedo, cada um pegou sua mochila e entramos no trem para Amsterdam. A capital holandesa tem um efeito incrível para o visitante de primeira viagem. É real, mas é tão diferente...

A arquitetura única, os canais cortando toda a cidade, a história do lugar: é uma cidade viva para ser sentida e materializada. Amsterdam é um lugar sem repetição!




Seguimos para o clássico passeio de barco. Adivinha quem teve de ser o tradutor? Traduzi as explicações, dando um toque pessoal de quem visitou e se apaixonou pela cidade alguns meses antes.

Seguimos até a praça Dam e para a Madame Tussaud, onde qualquer um pode virar famoso... Nas fotos abaixo há um pirata e uma rainha, você consegue encontrá-los? 10 segundos!



Saindo dali seguimos para a Museumplein (museum do Van Gogh está temporariamente fechado). Agora eles também podem provar que estiveram em Amsterdam:



Voltando no caminho meu pai fica encantado com um modelo de bicicleta bastante holandês:

Quantas bicicletas estão nessa imagem? 

Ele é ideal para uma mãe carregar seus dois filhos pequenos e um cão de estimação, enquanto fala no telefone, carregando sua bolsa e usando um salto agulha e saia. Mãe holandesa tem de ser polivalente!

Além disso tem a bike-táxi (ou táxi-bike ou qualquer outro nome cabível):

Papai e sua mochila sécsi

Entramos na casa da Anne Frank (como você já viu aqui) e na volta ouvimos um som bastante conhecido. Foi só se aproximar e não havia dúvida, zum zum zum capoeira mata um:

Determine a altura e o ângulo da perna do... capoeirista europeu??

No final do dia ainda deu pra tirar mais uma foto pra coleção Coisas que você só faz na Holanda, não é mãe??

sábado, 3 de novembro de 2012

O som que vem da Holanda

Música holandesa é, em grande maioria, triste. Já discuti isso com um holandês e ganhei a argumentação (fato inédito na história).
Apesar de eu não entender nada do que eles dizem, sempre há o Google Tradutor pra me contar se a música está ou não xingando meio mundo (e se eu posso escutá-la sem medo perto dos meus colegas).
Assim como no Brasil, há muita influência da música americana, britânica e, como já falei aqui, da brasileira também!
Pesquisei alguns dos cantores mais famosos na atualidade por aqui. A lista aí embaixo está longe de ser completa, mas ajuda a conhecer um pouquinho do cenário musical nestas terras baixas.

Nick en Simon: fazendo o estilo jovem boa praça, essa dupla já ganhou 4 CDs de platina... em 4 CDs lançados!



Goes Pardoel: denominado de rapper, esse cantor faz mais o estilo cantor pop com um pouco de marra. Suas letras variam entre reflexões sobre a vida até letras divertidas sobre sua bicicleta.


Jan Smit: famoso desde os 12 anos de idade, Jan Smit canta também em Alemão (como se Holandês não fosse suficientemente complicado).


VanVelzen: esse cantor (de 1,5 m de altura, não dá pra deixar passar) é o criador do sucesso The Voice (oohh!!). Lá em 2009 ele imaginou um novo show de talentos musicais em que os jurados não viam o participante, escolhendo apenas pela voz. Com uma ideia na cabeça, ele foi falar com ninguém menos que John de Mol - sim, um dos donos da Endemol, criadora do Big Brother! O programa estreou em 2010 aqui na Holanda e foi sucesso garantido.


Trijntje: seu nome significa Trenzinho. Ela faz mais o estilo romântica, cantando principalmente em Inglês. Esse ano se tornou jurada no The Voice of Holland.


Marco Borsato: como o nome entrega, é filho de pai italiano (de fato, começou cantando em Italiano). As letras de sua músicas são, em geral, bastante reflexivas sobre a vida e as decisões que fazemos.

BÔNUS

E por que não falar de música infantil? Eu não vou explicar a letra do vídeo abaixo pra não estragar a diversão. Só vou dizer que é sobre a bicicleta de um tal de Piet van Pa...

domingo, 28 de outubro de 2012

Uma viagem, muitas histórias: Parte IV - Volendam

Você deve estar se perguntando: que lugar é esse? Volendam? Nunca ouvi falar...

É claro que não! Apesar de estar quase colada em Amsterdam, Volendam é uma cidadela de 20 mil habitantes e está fora dos principais roteiros turísticos (fazendo-a ainda mais interessante, é uma jóia escondida do grande público!).

Volendam conserva a mais antiga cultura holandesa. Banhada pelo mar do Norte, se tornou uma cidade pesqueira (especialmente famosa pela enguia defumada...).


Entrar na cidade é mergulhar num filme de época. As casinhas parecem saídas do conto "João e Maria",  muitas no formato de xalé, com cores fortes e muito bem conservadas.

Lá no século XIV esse povo já sabia como lidar com a onipresença da água: assim foi construído o dique de Volendam, o qual hoje se tornou rual principal. É uma sensação estranha: o mar de um lado, o dique fazendo divisa e você do outro lado, abaixo do nível do mar, em terra seca!

Mar, dique e... você!!
Perguntar pra um holandês se ele tem medo que a água invada é comprar briga. "Então não deveríamos andar de carro ou pegar um avião, há sempre um risco". De fato, eles se acostumaram tanto há dominar há água que parece implausível ela se voltar contra o país (apesar de 60 anos atrás uma cidade inteira ter sido destruída quando um dique se rompeu, mas eles juram que evoluíram muito desde então).

Quer se passar por um verdadeiro holandês? Roupas típicas e tudo mais? Em Volendam qualquer um pode! Veja o resultado:

Os holandeses mais brasileiros que já se viu!

Você também pode pegar um barco por 20 minutos para andar pela (quase) ilha de Marken (hoje eles já colocaram uma ligação da ilha com o continente, por isso 'quase ilha').

E claro, comer peixe fresco na beira do mar!!

Família eh! Família ah! Família

E a dica esperta do dia: comprar souvenir em Volendam sai pela metade do preço do preço de Amsterdam. Não é uma maravilha??

domingo, 14 de outubro de 2012

A descoberta do Velho Mundo: A Chegada

Visitas ilustres vieram me encontrar no mês passado. Não foram o William e a Kate, não foi a presidente do Brasil. Foi melhor, muito melhor: meus pais, Nilton e Jusara! 

E eu tinha guardado alguns locais especialmente para visitar com eles. Foram doze dias, quatro países, nove cidades e muita história pra contar. 

Pra começar, não foi fácil atravessar o Atlântico: oito horas de viagem até Curitiba, mais um avião até São Paulo e, finalmente, treze horas até o Schiphol, em Amsterdam.
Mas Fe, não falamos Inglês!? Depois de alguns treinos à distância, um vocabulário de sobrevivência afinado, a viagem foi tranquila. Passar pela imigração exigiu mostrar todos os documentos (um maço de documentos), mas eles finalmente chegaram! E claro, tiveram recepção especial com cartaz de chegada e abraços mais do que apertados:

"Parabéns! Você chegou ao seu destino! Bem-vindo à Holanda" 

Cansados, mas querendo saber de tudo, era hora de pegar o trem, descarregar as malas e... nada de descanso, o tempo urge!

Começamos a andar por Utrecht. Quantas bicicletas, elas têm um formato esquisito! (e têm mesmo). Uma pena que aquele era um dia mais curto para visitar, não dava pra visitar todos os pontos que já contei, mas deu pra ver os canais, visitar a torre Dom e... tirar foto de um carro sendo abastecido na tomada (Ah, no Brasil vai demorar...).



Depois seguimos para onde faço meu estágio (CBS Fungal Biodiversity Centre, você sabia que eles têm uma gigantesca coleção de micro-organismos?? São cerca de 100 mil e eles estão armazenados a -80ºC!!). Dizer "hello" para os colegas, dar uma olhada nos laboratórios, mostrar o nosso software, BioloMICS, e explicar o que eu faço no grupo de bioinformática... Depois de quatro anos, meus pais já se acostumaram com as esquisitices dos meus estudos :)

O dia já chegava ao fim, era hora de jantar, ter uma ótima noite de descanso e se preparar para continuar a viagem. Amanhã é dia de Amsterdam e é só o começo... 

sábado, 6 de outubro de 2012

Uma viagem, muitas histórias: Parte III - Haia

Sem dúvida minha cidade favorita na Holanda é Haia (claro, Utrecht é cafe-com-leite nesta história!). Haia junta características muito díspares e o resultado é, para mim, uma cidade inesquecível!

Eu não uso Apple Maps...

Até o século XVIII Haia era a capital dos Países Baixos. Mas aí Napoleão I começou com seus planos megalomaníacos, este pequeno país foi anexado pela França e quem veio reinar aqui foi seu irmão, Luís. Sem muito pra fazer, Luís decidiu mudar a capital pra Amsterdam. O título se foi, mas a sede do governo, as câmaras, tribunais e embaixadas ficaram. Lado 1: Haia é uma cidade administrativa!

Aliás, há uma confusão de nomes com esse lugar: o nome original em Neerlandês é 's-Gravenhage (impossível de pronunciar!), carinhosamente apelidada de Den Haag (soa como "dên rráarr"!). Em Inglês fala-se The Hague e em Português hoje é conhecida simplesmente por Haia, perdendo-se o costume de falar A Haia. Lado 2: Haia é uma cidade difícil de pronunciar!

E começamos a andar pela cidade: o Panorama Mesdag é um museu singular. Apesar de ter outras obras, o principal é ver apenas uma pintura. Mas é A Pintura de 14 metros de altura e 120 metros de circunferência! Em 360º, Hendrik Willem Mesdag e seus ajudantes pintaram a praia de Scheveningen em um típico dia do século XIX. É uma experiência incrível! Depois de admirar a pintura demoradamente, ouvir a explicação sobre a realização da obra, é muito divertido observar as pessoas entrando no museu: "uau!" e expressões de incredulidade são comuns. A obra inteira e mais informações estão aqui.

E depois? É só seguir para o museu Escher en het Paleis. Lembra do Escher? Aquele que você via na suas aulas de Artes, com desenhos impossíveis, objetos se transformando em outros ao longo do desenho? Não? Vai um exemplo pra ajudar:

Waterfall, 1961

Sim, Escher era holandês e o seu museu é demais! Para futuros engenheiros (como eu, o Diogo e a Anna) aquele lugar é um parque de diversões! No final dá até pra participar de algumas ilusões de óticas à la Escher! Lado 3: Haia tem museus diferentes (e divertidos)!



Voltando para o caminho, vendo bandeiras de embaixadas por todos os lados (e brincando de adivinhar os países!), chega-se ao Palácio da Paz. Construído no início do século XX, sua intenção sempre foi reunir os líderes de todos os países para que pudessem dialogar harmoniosamente, colocar possíveis querelas em debate, para se encontrar uma solução satisfatória a todos. Hoje o Palácio da Paz é a casa do Tribunal Internacional de Justiça. Lado 4: Haia é a cidade da Paz!

Palácio da Paz

Não confunda o Tribunal da Paz com a  Corte Penal Internacional, também situada em Haia, mas que julga pessoas acusadas de crimes contra a humanidade ou de guerra, por exemplo. Talvez você tenha ouvido falar de Kony, pessoa mais procurada para ser julgada na Corte, acusado de recrutar mais de 60 mil crianças para sua guerrilha em Uganda.

Anda, anda e anda (é  bom pra saúde) e a próxima parada é a praia de Scheveningen. Já visitei ela antes por aqui. A água fica em uma temperatura quase glacial, o que faz você sentir cada ossinho do seu pé ao entrar no mar (e prontamente sair de lá). Lado 5: Haia é uma cidade litorânea!

Falou em praia, lembrou de... ? (Detalhe no bronzeado do vivente lá átras)

Anda, anda e anda, mas já voltando por outro caminho. A parada final é o Madurodam. O parque mais incrível de toda minha vida! Eles pegaram a Holanda e colocaram tudo (tudo) em miniatura. O mais divertido é conhecer o maior número de cidades possíveis e só então ir pro Madurodam. O parque é interativo: vídeos, botões pra apertar e levar um souvenir, jogos pras crianças (de qualquer idade). Lado 6: Haia é uma cidade divertida!

















Giants, giants everywhere

E acabou. Como assim? Tá faltando algo? Pois é, não tive tempo de visitar a Rainha Beatriz, mas já liguei pra ela, pedi desculpa e marquei um chá, quando puder eu posto fotos. Lado 7: Haia é uma cidade com família real!).

Próxima parada: Parte IV - Volendam

Até breve. Tot ziens!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Um aniversário diferente


Algum tempo atrás foi meu aniversário.

Longe da família, da maioria dos amigos, queria apenas mais um dia normal, quase em branco. Mas eis que minha família holandesa me surpreende e prepara um festão! Com direito a bandeirinhas, bolo e champanhe (sem álcool, para mim!).

A festa foi uma mistura de Holanda, Suriname e Brasil. Exótica, divertida e me fez muito feliz! Só posso agradecer por ter encontrado essa família incrível na Holanda, que me acolheu como um verdadeiro filho. Agradecer aos amigos brasileiros e holandeses presentes, vocês fizeram a festa ser incrível (e em três línguas!). Muito obrigado galera, vocês são demais!

E família e amigos de todos os lugares: amo vocês! Estou longe, mas eu volto. Obrigado por toda força e apoio!

Esq. para dir.: Marlene, Poniman, Bernie, Danny e Phyllicia

Esq. para dir.: Di, Rafa, Gabi, Paula, Júlio e Nathalie

Claro que teve parabéns em holandês! Quer saber como é? Boa sorte tentando cantar!




sábado, 15 de setembro de 2012

Uma viagem, muitas histórias: Parte II - Utrecht

E chegou a vez de Utrecht, a cidade que me acolheu nas terras batavas! Já mostrei um pouco dela aqui, mas  há muito mais para se ver.

Utrecht pode ser o que você quiser: uma cidade romântica para um casal de namorados, muitas festas para quem quer diversão, museus (diferentes e divertidos) para os mais curiosos, o maior centro universitário do país para quem quer estudar! 

Partindo da Centraal Station a primeira parada, indubitavelmente, é a torre Dom, o cartão postal da cidade. A atual igreja de Saint Martin e a torre Dom começaram a ser construídas em 1254. Os planos eram expansivos, a igreja era enorme e a construção se arrastava. Até que em 1517 acabou definitivamente o dinheiro, faltavam só algumas estruturas externas, aí era só deixar tudo como estava e ficar tranquilo, a igreja já estava de pé...

Só que em 1664 um tornado avançou pela cidade e a parte central da igreja foi abaixo, separando a torre do resto do prédio. Nessa época eram os Protestantes que administravam a igreja e havia pouco interesse em se erguer suntuosas construções, como fazia a Igreja Católica. 

Resultado: ficou a torre Dom num canto, uma praça e rua no meio e, só do outro lado, a igreja de Saint Martin. Essa é a história da torre sem igreja!

Torre Dom - ela não é uma graça?

Na mesma rua da Dom, está o Museum Catherijneconvent (Museu do Convento de Catarina). O museu conta através de objetos, quadros e roupas a história da igreja Católica na Holanda. Vi algumas coisas maravilhosas lá dentro. Pra quem gosta de história vale a visita. Uma pena que não tenho fotos...

Andando mais cinco minutos está a casa de Dick Bruna. Apesar do nome, esse cara já escreveu e ilustrou muitos livros pra crianças. A coelhinha Miffy é sua personagem mais famosa.

Ok, você não conhece ela, mas ela também não conhece você... (Foto)

Voltando um pouco no caminho está o Speelklok Museum (não achei uma tradução decente pra esse nome :\). Fui pra lá só porque tinha tempo até a sessão de cinema começar, não esperava muito dele. Mas eu me diverti pra caramba! O museu tem vários tipos de equipamentos que tocam músicas automaticamente: relógios antigos com sons diferentes para cada hora, um piano "fantasma", provavelmente uma das primeiras jukebox da história e também verdadeiros trambolhos que cobrem paredes inteiras feitos para animar os bailes antigos. O melhor é pegar um tour guiado, quando é possível ouvir vários desses instrumentos funcionando (dica esperta: tampe os ouvidos nesse último!).

Esse "aparelho" toca música muuuito alta!!

Mais no centro na cidade, é possível pegar um tour de barco pelo canal principal. Ainda dá pra escolher um pedalinho ou, se quiser se aventurar um pouco, por que não alugar uma canoa? Só não pode virar!

A 15 minutos do centro está o Het Spoorwegmuseum, o Museu Ferroviário. Nada convencional; pra mim foi um parque de diversões! Vários vagões de trens de diferentes épocas estão ali. Dá pra brincar de por carvão na maria-fumaça, se sentar no antigo trem da família real, conhecer o primeiro trem da Holanda e fazer um tour por uma reprodução da primeira fábrica ferroviária. Horas de diversão!


Pra terminar o dia uma boa pedida é um piquenique num dos parques da cidade. Eles estão por todos os lados, de diferentes tamanhos, com ou sem lago no meio. Se estiver muito frio uma passado no Hoog Catharijne, o único e gigante shopping da cidade, pode ser uma boa ideia (mas atenção: as lojas fecham as 18h, não se atrase!, exceto nas quinta-feiras quando é até às 21h e nada de abrir no domingo!).

A noite, é claro, pode escolher um dos bares da região central e pedir uma verdadeira cerveja holandesa (tem até uma específica de Utrecht!). Depois é só voltar pra casa (ou hotel) feliz da vida e, espero, muito satisfeito!


Fotógrafos do dia: Diogo e Nathalie :)


domingo, 19 de agosto de 2012

Uma viagem, muitas histórias: Parte I - Amsterdam

E estamos de volta senhoras e senhores! Os dias têm sido corridos, tenho muita coisa interessante pra contar e meus dedos estão formigando com vontade de escrever!!
Graças às nobres visitas dos caríssimos Anna e Diogo (este contando sua vida na França aqui, vale a pena!), aos também brasileiros na Holanda: Anderson, Mariceli, Gabriela, Rafael, Paula e Júlio e a holandesa multicultural Nathalie, fiz algumas viagens por esse país e agora posso contar o que de mais impressionante vi nos Países Baixos!

Amsterdam: a cidade que é atração só por existir

Eu ficaria feliz só em ir pra Amsterdam e poder andar pelas margens dos infinitos canais, olhar a arquitetura e os detalhes nas casas antigas, poder sentar num banco e ficar observando a cidade viva, pulsante... Mas, além disso, há muito mais para ver!
Começar com um passeio de barco é uma ótima ideia. Dá pra ver quase todo o centro da cidade, andar pelos canais e ouvir um pouco de história, tudo isso em uma hora e sem cansar!


E que tal ir visitar a Madame Tussaud? Ela está em Amsterdam também (pelo menos a estátua de cera sim!). Além de cada estátua ser muito realista (eu e o Diogo confundimos pessoas vivas com estátuas e vice-versa), tietar cada figura é a parte mais divertida. Posar com a rainha, entrar no quadro da Mona Lisa, jogar tênis com o Nadal, ser entrevistado pela Oprah... É só usar a criatividade para escolher a melhor cena!

Einstein e seu amigo Diogo conversando sobre a relatividade (1950)
Na frente da Madame Tussaud está o ponto de encontro da cidade, a praça Dam. Ali é possível pagar um cocheiro pra te mostrar a cidade em uma charrete ou ver os diversos artistas cantando, fazendo bolas de sabão gigantes ou ainda apreciar as estátuas vivas (dica esperta: se for tirar foto de uma dessas não esqueça de pagar, as "estátuas" não gostam de trabalhar de graça!).

Saindo dali é só seguir para a Casa da Anne Frank. Não conhece? Aqui está a triste história dela e sua família tentando sobreviver à 2ª Guerra Mundial. 
A visita na casa é um passeio triste, mas edificante. Ver aquele local onde oito pessoas sobreviviam trancados, as declarações dos pais e amigos da família, as paredes ainda decoradas com as figuras coladas por Anne tornam a Guerra mais tangível do que nos livros de História. 
É um passeio incrível, um momento de reflexão e aprendizado que vão ficar pra toda vida! E a leitura do Diário de Anne Frank também é uma ótima opção pra entender o contexto da guerra.

Tamanha fama só poderia resultar em filas enormes na entrada! Aí existem algumas estratégias: 
1. Encarar a fila (pode demorar 40 min ou mais);
2. Chegar bem cedo ou bem tarde (a Casa é aberta até 21h ou 22h, o site oficial é esse)  ;
3.Pagar 50 centavos a mais, comprar o ticket online e ir direto para a entrada (eu recomendo!)


O próximo destino é a Musemplein, a Praça dos Museus. Mas no caminho é parada obrigatória o Bloenmarkt, o mercado das Flores. A especialidade holandesa concentrada numa rua, cores diferentes em cada tipo de flor, milhares de bulbos à venda. E há um bônus: na mesma rua estão diversas lojas bacanas pra comprar souvenir (e o povo foi criativo em criar adereços), uma loja só de produtos natalinos (saí de lá feito uma criança) e lojas que vendem queijos de todos os tipos e cores (com degustação grátis, para gordos e magros!).
Chegando na Museumplein é preciso tirar foto no "I amsterdam", local que se tornou símbolo da cidade. Aí qualquer um pode se tornar o acento da letra "I", deitar no "d" ou na voltinha do "m"! Só é preciso um pouco de  paciência pra tirar foto, pode levar tempo até conseguir um ângulo sem alguém na sua frente.

Nós estivemos em Amsterdam e podemos provar!
Que tal descansar um pouco no gramadão da praça e apreciar a vista? Na frente está o Rijksmuseum, o museu Nacional; ao lado a Coster Diamonds (tour guiado sobre diamantes!), aos fundos o Museum Van Gogh (infelizmente fechado a partir de setembro para renovação) e o Stedelijk Museum. No final da praça está o Concertgebouw (e esse lugar é realmente famoso para os versados em música clássica, erudita, etc. Aqui está a prova).
E olhando rapidamente para o outro canto, quase em linha reta com o Concertgebouw, é uma bandeira americana? Sim, o consulado dos EUA fica exatamente lá (e como essa informação pode lhe ser útil eu não sei!).

A cinco minutos da Museumplein está o Hard Rock Café Amsterdam. Pra quem curte música é o lugar certo pra visitar, instrumentos dos maiores músicos na parede, fotos e assinaturas penduradas. E claro, a lojinha com as famosas roupas Hard Rock.

Adivinha qual a próxima parada? Eu não me esqueci do Red Light District. Ok, já falei disso aqui antes, agora é só ir visitar. É uma área que a noite é bem movimentada e também não tão segura, então é melhor ter um pouco de cuidado. Muitos coffee shops também estão na região, então há um "certo" cheiro forte espalhado no ar.
Fotos no Red Light District? Nem pensar, fotos são proibidas e seguranças estão por ali pra garantir isso :)


(sem foto do Red Light District, mas que pena... E esse é um blog família, ok?)


E ainda tem muito mais coisa pra ver: Vondelpark, Nemo Museum (não é do filme, mas é tão divertido quanto), Amsterdams Historisch Museum, Hortus Botanicus, as diversas igrejas da cidade; a maioria desses lugares ainda estão na minha listinha de "A visitar". 

Caótica, multicultural, livre: Amsterdam
Nem pense em visitar Amsterdam e ficar apenas um dia! Há tanta coisa pra ver, tantos lados da cidade diferentes pra se aprender. Amsterdam é rica em história, em monumentos, em diversão. É uma caixa de magias, esperando a próxima vez pra ser aberta e mostrar sua fantasia!

E uma curiosidade: você sabia que Nova Iorque era inicialmente chamada de Nova Amsterdam?? Pois é, os neerlandeses chegaram lá antes dos ingleses. A região do Brooklyn e de Harlem também derivam de cidades holandesas (Breukelen e Haarlem). Mas aí, na troca de possessões, a América do Norte passou pros ingleses e dar nome é marcar possesão!

Esse tour está só começando! História é o que não falta neste país. A próxima parada é a cidade que me recebeu de braços abertos, Utrecht. E aí, você me acompanha?

Fotos: créditos ao Diogo e sua máquina!