domingo, 28 de outubro de 2012

Uma viagem, muitas histórias: Parte IV - Volendam

Você deve estar se perguntando: que lugar é esse? Volendam? Nunca ouvi falar...

É claro que não! Apesar de estar quase colada em Amsterdam, Volendam é uma cidadela de 20 mil habitantes e está fora dos principais roteiros turísticos (fazendo-a ainda mais interessante, é uma jóia escondida do grande público!).

Volendam conserva a mais antiga cultura holandesa. Banhada pelo mar do Norte, se tornou uma cidade pesqueira (especialmente famosa pela enguia defumada...).


Entrar na cidade é mergulhar num filme de época. As casinhas parecem saídas do conto "João e Maria",  muitas no formato de xalé, com cores fortes e muito bem conservadas.

Lá no século XIV esse povo já sabia como lidar com a onipresença da água: assim foi construído o dique de Volendam, o qual hoje se tornou rual principal. É uma sensação estranha: o mar de um lado, o dique fazendo divisa e você do outro lado, abaixo do nível do mar, em terra seca!

Mar, dique e... você!!
Perguntar pra um holandês se ele tem medo que a água invada é comprar briga. "Então não deveríamos andar de carro ou pegar um avião, há sempre um risco". De fato, eles se acostumaram tanto há dominar há água que parece implausível ela se voltar contra o país (apesar de 60 anos atrás uma cidade inteira ter sido destruída quando um dique se rompeu, mas eles juram que evoluíram muito desde então).

Quer se passar por um verdadeiro holandês? Roupas típicas e tudo mais? Em Volendam qualquer um pode! Veja o resultado:

Os holandeses mais brasileiros que já se viu!

Você também pode pegar um barco por 20 minutos para andar pela (quase) ilha de Marken (hoje eles já colocaram uma ligação da ilha com o continente, por isso 'quase ilha').

E claro, comer peixe fresco na beira do mar!!

Família eh! Família ah! Família

E a dica esperta do dia: comprar souvenir em Volendam sai pela metade do preço do preço de Amsterdam. Não é uma maravilha??

domingo, 14 de outubro de 2012

A descoberta do Velho Mundo: A Chegada

Visitas ilustres vieram me encontrar no mês passado. Não foram o William e a Kate, não foi a presidente do Brasil. Foi melhor, muito melhor: meus pais, Nilton e Jusara! 

E eu tinha guardado alguns locais especialmente para visitar com eles. Foram doze dias, quatro países, nove cidades e muita história pra contar. 

Pra começar, não foi fácil atravessar o Atlântico: oito horas de viagem até Curitiba, mais um avião até São Paulo e, finalmente, treze horas até o Schiphol, em Amsterdam.
Mas Fe, não falamos Inglês!? Depois de alguns treinos à distância, um vocabulário de sobrevivência afinado, a viagem foi tranquila. Passar pela imigração exigiu mostrar todos os documentos (um maço de documentos), mas eles finalmente chegaram! E claro, tiveram recepção especial com cartaz de chegada e abraços mais do que apertados:

"Parabéns! Você chegou ao seu destino! Bem-vindo à Holanda" 

Cansados, mas querendo saber de tudo, era hora de pegar o trem, descarregar as malas e... nada de descanso, o tempo urge!

Começamos a andar por Utrecht. Quantas bicicletas, elas têm um formato esquisito! (e têm mesmo). Uma pena que aquele era um dia mais curto para visitar, não dava pra visitar todos os pontos que já contei, mas deu pra ver os canais, visitar a torre Dom e... tirar foto de um carro sendo abastecido na tomada (Ah, no Brasil vai demorar...).



Depois seguimos para onde faço meu estágio (CBS Fungal Biodiversity Centre, você sabia que eles têm uma gigantesca coleção de micro-organismos?? São cerca de 100 mil e eles estão armazenados a -80ºC!!). Dizer "hello" para os colegas, dar uma olhada nos laboratórios, mostrar o nosso software, BioloMICS, e explicar o que eu faço no grupo de bioinformática... Depois de quatro anos, meus pais já se acostumaram com as esquisitices dos meus estudos :)

O dia já chegava ao fim, era hora de jantar, ter uma ótima noite de descanso e se preparar para continuar a viagem. Amanhã é dia de Amsterdam e é só o começo... 

sábado, 6 de outubro de 2012

Uma viagem, muitas histórias: Parte III - Haia

Sem dúvida minha cidade favorita na Holanda é Haia (claro, Utrecht é cafe-com-leite nesta história!). Haia junta características muito díspares e o resultado é, para mim, uma cidade inesquecível!

Eu não uso Apple Maps...

Até o século XVIII Haia era a capital dos Países Baixos. Mas aí Napoleão I começou com seus planos megalomaníacos, este pequeno país foi anexado pela França e quem veio reinar aqui foi seu irmão, Luís. Sem muito pra fazer, Luís decidiu mudar a capital pra Amsterdam. O título se foi, mas a sede do governo, as câmaras, tribunais e embaixadas ficaram. Lado 1: Haia é uma cidade administrativa!

Aliás, há uma confusão de nomes com esse lugar: o nome original em Neerlandês é 's-Gravenhage (impossível de pronunciar!), carinhosamente apelidada de Den Haag (soa como "dên rráarr"!). Em Inglês fala-se The Hague e em Português hoje é conhecida simplesmente por Haia, perdendo-se o costume de falar A Haia. Lado 2: Haia é uma cidade difícil de pronunciar!

E começamos a andar pela cidade: o Panorama Mesdag é um museu singular. Apesar de ter outras obras, o principal é ver apenas uma pintura. Mas é A Pintura de 14 metros de altura e 120 metros de circunferência! Em 360º, Hendrik Willem Mesdag e seus ajudantes pintaram a praia de Scheveningen em um típico dia do século XIX. É uma experiência incrível! Depois de admirar a pintura demoradamente, ouvir a explicação sobre a realização da obra, é muito divertido observar as pessoas entrando no museu: "uau!" e expressões de incredulidade são comuns. A obra inteira e mais informações estão aqui.

E depois? É só seguir para o museu Escher en het Paleis. Lembra do Escher? Aquele que você via na suas aulas de Artes, com desenhos impossíveis, objetos se transformando em outros ao longo do desenho? Não? Vai um exemplo pra ajudar:

Waterfall, 1961

Sim, Escher era holandês e o seu museu é demais! Para futuros engenheiros (como eu, o Diogo e a Anna) aquele lugar é um parque de diversões! No final dá até pra participar de algumas ilusões de óticas à la Escher! Lado 3: Haia tem museus diferentes (e divertidos)!



Voltando para o caminho, vendo bandeiras de embaixadas por todos os lados (e brincando de adivinhar os países!), chega-se ao Palácio da Paz. Construído no início do século XX, sua intenção sempre foi reunir os líderes de todos os países para que pudessem dialogar harmoniosamente, colocar possíveis querelas em debate, para se encontrar uma solução satisfatória a todos. Hoje o Palácio da Paz é a casa do Tribunal Internacional de Justiça. Lado 4: Haia é a cidade da Paz!

Palácio da Paz

Não confunda o Tribunal da Paz com a  Corte Penal Internacional, também situada em Haia, mas que julga pessoas acusadas de crimes contra a humanidade ou de guerra, por exemplo. Talvez você tenha ouvido falar de Kony, pessoa mais procurada para ser julgada na Corte, acusado de recrutar mais de 60 mil crianças para sua guerrilha em Uganda.

Anda, anda e anda (é  bom pra saúde) e a próxima parada é a praia de Scheveningen. Já visitei ela antes por aqui. A água fica em uma temperatura quase glacial, o que faz você sentir cada ossinho do seu pé ao entrar no mar (e prontamente sair de lá). Lado 5: Haia é uma cidade litorânea!

Falou em praia, lembrou de... ? (Detalhe no bronzeado do vivente lá átras)

Anda, anda e anda, mas já voltando por outro caminho. A parada final é o Madurodam. O parque mais incrível de toda minha vida! Eles pegaram a Holanda e colocaram tudo (tudo) em miniatura. O mais divertido é conhecer o maior número de cidades possíveis e só então ir pro Madurodam. O parque é interativo: vídeos, botões pra apertar e levar um souvenir, jogos pras crianças (de qualquer idade). Lado 6: Haia é uma cidade divertida!

















Giants, giants everywhere

E acabou. Como assim? Tá faltando algo? Pois é, não tive tempo de visitar a Rainha Beatriz, mas já liguei pra ela, pedi desculpa e marquei um chá, quando puder eu posto fotos. Lado 7: Haia é uma cidade com família real!).

Próxima parada: Parte IV - Volendam

Até breve. Tot ziens!