domingo, 12 de maio de 2013

Perguntas a um intercambista Ciência Sem Fronteiras

O meu período na Holanda já terminou, mas eu nunca vou esquecer tudo o que vivi por lá. 
Agora meu papel é incentivar as pessoas que planejam fazer intercâmbio a vencerem seus medos e viver esta experiência, abrir a cabeça para o desconhecido e "ver no que vai dar".
Intercambista, afinal, nada mais é do que um peixe fora da água que aprendeu a respirar!



Tenho tido a oportunidade de conversar com várias pessoas sobre o intercâmbio, até participei de um encontro muito bacana na Federal da Fronteira Sul. Nestes encontros pude ouvir muitas dúvidas, anseios, medos e vontades. 

Para tentar ajudar aquelas pessoas que não podem vir me perguntar pessoalmente, resolvi responder algumas das perguntas mais frequentes que tenho ouvido. Se você ou alguém que conheça tem outras perguntas, sinta-se à vontade para perguntar nos comentários ou por email. 

Vamos ao interrogatório:

  •  O dinheiro da bolsa é suficiente?
Sim, é suficiente. E não estou falando só da Holanda, mas também dos meus amigos que foram para outros países. É claro que sendo aluno de graduação não dá pra esperar um apartamento com dois quartos e varanda voltada para a avenida (se você estiver na pós aí a situação muda: já pode ter uma varanda voltada para os fundos). Normalmente, alunos alugam studios (pequenos apartamentos onde há um cômodo para quarto, sala e cozinha e mais um banheiro), quartos em casa de família ou moram dentro do campus, em moradias ofertadas pela universidade. Todas estas opções possuem algo em comum: são baratas! Mas, em geral, são locais organizados, bem cuidados e seguros. E o mais legal é que sempre vai ter alguém por perto. 
O custo de vida também não costuma ser elevado (levei um choque quando voltei ao Brasil e vi como os preços tinham aumentado de um ano para o outro!) e os auxílios que o governo brasileiro fornece também ajudam bastante! 

  • Mas, Felipe, dá pra viajar?
Sim, mas com moderação!! Nada de achar que vai para o exterior para conhecer todas as baladas, ver todos os pontos turísticos do continente e faltar a todas as aulas do semestre. O objetivo do intercâmbio (e é por isso que o governo lhe banca) é estudar em universidades de ponta, aprender, trazer conhecimento novo ao Brasil. Então, estudo e trabalho são as palavras de ordem! Claro que nos feriados, fins de semana livres, período de férias escolares, está liberado. Você pode e DEVE aproveitar o país: viaje, faça amigos, visite museus e parques, almoce comida típica, faça festa. É uma experiência de um ano, aproveite!


  • Eu ainda não me garanto na língua, como faz?
Eu sei que assusta, eu passei por isso (fui pra Holanda sem falar o língua do país), mas muita calma nessa hora.
Se o governo brasileiro ou a instituição no exterior diz que você consegue, acredite: você consegue! É claro que no início vai ser difícil, seu cérebro escuta em outra língua, faz a tradução, pensa em Português, traduz a frase e, quando você vai falar, o assunto já passou. No início é assim, isso é normal. Logo seu cérebro passa a se acostumar com aquela outra língua, você já pensa e fala direto sem precisar traduzir e quando percebe já está integrado na cultura, sabendo, inclusive, usar algumas gírias.
É claro, estudar um pouco mais, reforçar o que já sabe vai ajudar a pegar mais rápido. Depende de você!


  • Estou indo para um país tão diferente do nosso. Como vou me adaptar a cultura deles?
Essa é uma questão que tem uma resposta frustrante: depende. Depende da sua capacidade em se adaptar, em estar aberto e aceitar esta outra cultura. Eu seguia a filosofia de "agir como um Holandês", repetia tudo o que eles faziam. Sabia que era só por um ano, depois eu voltava para minha vida normal e assim consegui me adaptar mais rapidamente. 
E depende do lugar onde você está indo. Alguns povos são mais receptivos aos estrangeiros, outros nem tanto. E mesmo assim vai depender das pessoas que você encontrar lá, seu círculo de amizades.
Mas uma coisa eu tenho certeza: por mais que você se adapte super bem, os brasileiros serão seus melhores amigos. Eles estão na mesma situação que você, compartilham os mesmos costumes e língua, vão te lembrar que seu país ainda existe e vão ter aquele abraço apertado que só brasileiro sabe ter!

  • Estou com cinco malas já na ida, como trazer tudo de volta?
Passo 1: desfaça suas malas.
Passo 2: separe três calças, cinco camisetas, uma jaqueta e dois tênis em apenas uma mala. 
Passo 3: entregue o resto das roupas para doação.
Lá fora as roupas costumam ser mais baratas e de qualidade. E, se você vai pra Europa ou América do Norte, as nossas roupas de frio não vão ser suficientes! Aí na volta você tem o direito de trazer quantas malas quiser (pagando excesso, é claro).

E se você não sabe para onde ir, considere a Holanda. Um país receptivo a estrangeiros, bilíngue e riquíssimo culturalmente! Veja o depoimento de outros Sem Fronteiras na Holanda

É ou não é um país e tanto?? E aí, topa? 

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Olá Felipe, gostaria de saber se você tem mais informações sobre as faculdades de ciências agrárias da Holanda, fiz minha inscrição no programa mas não sei ainda qual instituição escolher. O quesito facilidade de ingresso é o que conta mais no meu caso hahaha... Obrigado.

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  3. Felipe, o intercambio para a Holanda pelo CSF é um pouco diferente dos outros países, porque a pessoa escolhe as universidades que quer ir. Porém, se nenhuma das 3 que tentou te aceitarem você não tem uma segunda chance de ir para alguma outra? Não pode tentar ser aceito em outra? De uma maneira geral, é difícil ser aceito lá? E costuma ser muito concorrido?
    Obrigada.

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